Por
Gabriela Alencar
A utilização de roupas de marca, até pouco
tempo atrás, era um privilégio da classe A. Mas, com o crescimento da renda da
classe C que agora é de 129,2 bilhões de reais em comparação com a soma das
classes A, B e D que é de 99,9 bilhões, como mostra pesquisa do Datafolha
divulgada em fevereiro, essa realidade mudou.
Cada vez mais cedo esses jovens, como relata
o cantor de funk Guilherme Vinicius, 19, vulgo MC GuiOest, passam a investir em
roupas de marca, “para se sentir bem, pois é muito bacana andar sempre na
moda”. Ele também conta que, usa roupas
de marca, muitas vezes para ser aceito em determinados lugares, “é muito bom
estar bem vestido para ser bem recebido”.
Isso pode ser percebido nos chamados
“rolezinhos”, onde jovens de periferia usam roupas, calçados e assessórios de
marca, em locais frequentados pela classe A. Isso gerou descontentamento e até
mesmo vergonha por parte de algumas grifes, em relação aos seus clientes de
classe C.
Ao ser questionado sobre isso, MC GuiOest
afirma que ele e os outros consumidores são importantes para as marcas de
roupa, porque elas dependem deles, mas eles não dependem delas.
Já para a consultora de moda Alba Prizão,
“Não existe motivo para se envergonhar. A classe C é um mercado consumidor
enorme e existe muito espaço para as marcas crescerem se tiverem este público
como alvo. Caso a marca não queira vender para essa classe, ela deve repensar
suas estratégias de marketing”.
E por fim acrescenta, “Quando um jovem de
classe C utiliza roupas antes destinadas para a classe A, ela mostra que pode
fazer parte deste grupo restrito, que também pode consumir aquilo que a elite
consome. Isso faz parte do mecanismo do consumo e da moda, não vejo nenhum
problema neste desejo”.
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