Moda
como alternativa de expressão no período da ditadura
Por
Flávia K. Mendes e Gabriela Alencar
Em 1964 a ditadura militar
se instala no Brasil, trazendo um período de controle e repressão. Em meio a
esse cenário, uma das formas que os jovens encontraram para protestar foi
através da moda.
Porém, como toda regra tem
sua exceção, não foram todos os jovens que puderem usufruir dessas novas
tendências, como relata a professora de história, Fermina Silva Lopes, 62, “As
roupas dessa nova tendência eram para a elite, quem era de classe baixa, como
eu na época, não tinha como seguir essa moda. Nós tentávamos seguir, mas era
difícil”.
Apesar dessa revolução no
vestuário brasileiro, ainda seguíamos os padrões internacionais, como conta a
consultora de moda, Fernanda Damy Haybittle “O Rio de Janeiro ditava moda e
tinha forte influência europeia, especialmente da França”.
Moda dos anos 60 (créditos do site: oitopassos.com) |
Ela comenta que, as roupas
eram o oposto da ditadura, elas eram “delicadas, ousadas e livres”. Como pode
ser observada nos festivais de música da rede Record. “Depois dos escândalos de
tortura e morte de perseguidos políticos, a estilista a fazer uma moda de
protesto foi Zuzu Angel, que teve seu filho assassinado pelos militares”,
destaca a consultora.
Moda dos anos 70 (créditos do site: luxoseluxos.com.br) |
Sobre as influências que aquela
década trouxe para os dias de hoje, Fernanda diz que “As décadas de 60 e 70
sempre são revisitadas a cada coleção. Para este inverno, os vestidos de
costura reta e trapézio da década de 60 estão em alta. Da década de 70, o
estilo hippie chic veio para ficar e hoje é explorado não só nas calças boca de
sino, mas também em vestidos amplos de seda estampada, chapéus e couros
naturais”.
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